Terça-feira, 14 de Julho de 2009

"Allons enfants de la Patrie"

Comemora-se hoje o dia nacional de França, país que aprendi a amar desde há muitos anos.

Iniciado na cultura francesa pela aprendizagem da língua, nas aulas de Francês da professora Maria da Luz, na saudosa escola Secundária da RARET, que marcou gerações de glorianos e glorianas, fui depois, descobrindo por mim próprio, ou induzido pelo circulo intelectualoide das Belas Artes do Porto, os poetas malditos: Artaud, Rimbaud, Baudelaire, a filosofia delicada de Bergson a escrita inolvidável de Malraux e de Saint-Exupery, para não falar nos magnificos e revolucionários impressionistas.

 

Aos vinte anos, um choque, irreparável, com a xenofobia francesa em terras além-pirenaicas.

Raramente vi tanta boçalidade e estupidez juntas como ali, naqueles lugarejos do sul de França onde, trabalhando em quintas agrícolas, procurava amealhar algum para pagar a faculdade naqueles finais de oitenta dificeis.

A ideia de que uma nação se espelha nos seus artistas é verdadeira, mas, tem.... nuances.

Pois aqueles franceses campónios deitavam sons pelo fundo das costas... ao balcão dos cafés, na fila do supermercado, na rua, e para além disso, com a maior descontração do mundo. Um concerto fedorento.

 

A irritação de ouvir e ver um casal de velhotes espantarem-se, numa praia de Biarritz, com o facto de em Portugal também haver faculdades, só foi ultrapassada, anos mais tarde, pelo roubo de catedral que um senhor árbitro (Marc Bata, de seu nome, lembram-se?) para com a nossa selecção e para com esse elegante principe do futebol que foi Rui Costa, expulsando-o do jogo, quando se dirigia para o banco de suplentes para ser substituído. Um escândalo e uima afronta inesquecível para quem ama o desporto rei.

 

Vinguei-me dos franceses com algumas tropelias suaves, como viajar constantemente em primeira, (incluindo uma célebre viagem TGV entre Paris Austerlitz e Lyon Perrache) com bilhete de inter-rail (que só dava para segunda) e fingir que não falava um corno de francês, para me safar da situação, quando o cansaço e o sono permitia sermos apanhados pelos senhores revisores da SNCF, escarrapachados nas poltronas magnificas das carruagens de primeira dos comboios franceses, sonhando com um dia em que os políticos de todos os países obrigariam todos os jovens a viajar gratuitamente pelo mundo... para se tornarem melhores cidadãos. Sonhar não custa "Alllons enfants...le jour de gloire est arrivé".

 

PS: Hoje estou de férias, por isso tive tempo para dois posts

 

 

 


publicado por ensinartes às 19:04
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