L’homme est la seule créature qui soit susceptible d’éducation.

Segundo aqueles que estudam os apelidos, "Silva" parece ser aquele mais genuinamente portugês. Confesso já o ter visto nas mais originais associações. São deliciosas as misturas ensanduichadas dos nomes brasileiros, do tipo "John Mustafá da Silva", tão característico do magnifico código genético multicultural e polifacetado dos nossos irmãos brasileiros. Saravá brasiu

Agora, associado a uma Santa da igreja católica, é que foi, para minha ignorância, uma novidade. Santa Beatriz da Silva nasceu em Campo Maior em 1474 e só foi reconhecida como Santa pela igreja católica em 1976.

Ao que parece, costumam ser assim os processos de canonização, demoram séculos, depois de se esmiuçar e passar a pente fino a vida dos candidatos(as) e comprovar (!) os inerentes milagres.

Pois em Campo Maior, a 7 de Setembro, tive a felicidade de ver toda uma população, novos e velhos, na procissão da Santa nascida na sua terra, da "sua" Santa.

Logo "da Silva" quando quase todos os santos são conhecidos pelos nomes próprios: Santo Agostinho, São Marcos, São paulo, São Martinho, Santa Clara...etc.

Pelas ruas empedradas e caidas de branco do casco histórico de Campo Maior, neste dia tão especial para os campomaiorenses, multiplicavam-se por muitos os altares, uns, de esquina, abertos propositadamente aos viajantes,  outros improvisados sobre banquinhos, decorados com rendas brancas, outros ainda destacados de paineis de azulejo, por cima das ombreiras das portas, ou em estampas em papel coladas por detrás das vidraças das janelas.

Por mais racional que possa ser a visão de qualquer cidadão sobre a religião e a religiosidade popular, ver todo um povo participando numa cerimónia tão peculiar, nestas ruazinhas com varandas e janelas decoradas com flores de papel de cores garridas, é algo que não se esquece depressa.